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Um Natal à Charles Dickens
2020 veio e veio com tudo.
Pregou-nos partidas. Mudou-nos rumos. Quebrou sonhos. Levou vidas.
Muitos são o que estão a ser levados ao limite e que se vêm em situações nunca antes vistas.
A maioria, neste momento está ansiosa e inquieta com o Natal que os espera.
Lá se vão os convívios grandes, em família, as mesas cheias e fartas, os presentes, as noitadas.
Estaremos, muitos de nós separados de quem mais gostamos numa data em que era suposto estarmos todos juntos.
Não é justo. Não é nada justo.
Mas e se olharmos e pensarmos bem no conceito do Natal, naquilo que ele deveria realmente representar para nós, o que é mesmo o Natal?
O Natal é mágico, torna os nossos corações mais meigos, mais solidários.
Vamos manter esse espírito na mesma este ano. Alias, é mesmo neste ano que este espírito é necessário. Quando tudo está bem é fácil. Agora quando está tudo mal, aí sim, é obra manter o espírito.
Mesmo que seja um Natal com duas pessoas vamos pensar que estamos juntos. Que estamos cá para amanha nos juntarmos aos outros, mais tarde. É um adiar apenas e não um “nunca mais”.
Nós temos essa oportunidade. Podemos sonhar com o próximo ano. Ter esperança.
Se não pudermos ir ver as luzes de natal, paciência.
Se não pudermos sair da cidade, paciência.
Se não pudermos fazer mais compras, paciência.
Vamos viver o momento. Onde estamos e com quem estamos. Com pouco, mas unidos pelos sentimentos que temos.
Essa foi a mensagem que Charles Dickens nos quis ensinar com o seu Conto de Natal.
E nunca fez tanto sentido como hoje.
