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Saber falar [bem] com os nossos filhos
Quem tem filhos, todos os dias, enfrenta uma luta na gestão de tempo.
As rotinas acabam impostas e entre as tarefas profissionais, domesticas e toda a logística familiar, nem sempre há tempo para falar com os nossos filhos.
Aquilo que deveria ser mais importante no nosso dia-a-dia acaba por ficar para último plano.
É urgente repensarmos a forma como estipulamos as nossas prioridades. O tempo, esse “culpado” de tudo, só tem o valor que nós lhe concedemos, ou seja, ele tem de ser controlado por nós, o que fazemos com o tempo que temos é da nossa responsabilidade.
Quando temos filhos, em especial, crianças pequenas, é muito importe a cultura do diálogo, da presença, de um tempo a serio, ou seja, quando estamos com eles, estamos por inteiro.
Quantas vezes não aproveitamos a viagem e carro para casa ou a hora de jantar para perguntar como foi o dia, o que comeu, se portou bem.
A verdade é que as crianças em determinadas idades não reagem bem ou não reagem como queríamos a este tipo de perguntas. Devemos saber como falar com elas.
Aqui ficam 5 dicas que podem ajudar:
Criar tempo para ouvi-los falar sobre o seu dia-a-dia e as actividades que realizarem de forma a que percebam que estamos realmente interessados e a ouvi-los atentamente. À medida que as crianças crescem já não passam tanto tempo connosco ou já não nos procuram tanto, por isso é importante fazer um esforço para passar tempo a dialogar com elas aproveitando as alturas em que estão mais disponíveis para isso (por exemplo, antes de deitar, antes do jantar, no carro…).
Falar com os nossos filhos e não para os nossos filhos. Mostrar interesse e aprender sobre os seus interesses. Iniciar uma conversa partilhando aquilo que pensamos sobre determinado assunto (em vez de começar a conversa com uma questão).
Fazer perguntas abertas, que impliquem respostas mais completas do que apenas “sim” ou “não”.
Demonstrar que estamos realmente a escutar: parar o que estamos a fazer para as ouvir, sempre que estão a falar sobre as suas preocupações; expressar interesse sobre o assunto do qual nos estão a falar; deixá-las acabar de falar, antes de falarmos nós.
Encorajar os filhos a ler (e ler com eles) livros e histórias que estejam ligeiramente acima do seu nível de competências atual.
Cá por casa, com duas meninas pequenas ( 6 e 3 anos) estas dificuldades começaram a surgir e daí ter criado o Bloco das Emoções.
Tinha por hábito bombardear as minhas filhas com muitas perguntas quando as ia buscar ou quando chegavam a casa e comecei a perceber que isso as aborrecia ou que me respondiam apenas a algumas coisas.
E quanto mais eu insistia mais elas se chateavam comigo.
Então decidi criar algo que as cativasse, que as fizesse parar para conversar comigo. E através desta ferramenta eu consegui gerar um momento nosso de partilha, no qual eu consigo perceber (na linguagem delas) como têm sido os seus dias.
