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Doce Outono

Nestes dias que correm, é-me tão difícil decifrar em que estação do ano me encontro.

Chove no Verão, dá sol no Inverno. Estranho. Que é feito da flores da Primavera, dos primeiros raios de sol que aqueciam as manhãs frias de Março? Que e feito do Sol abrasador que incendeia as areias das praias? Que é feito da chuva torrencial que nos inunda no Inverno? Aquele tempo para qual nos tínhamos de preparar com botas e agasalhos, com cachecóis e impermeáveis? Já ninguém me sabe responder… Nem os mais velhos e sábios têm respostas ou previsões para estas mudanças. O tempo está todo misturado. Já não nos é possível situar no calendário da Natureza. Ela está baralhada e nós também. Mas sabem do que eu sinto mesmo saudade? É do Outono… Custa-me pensar que ele já não vem de forma certa. Era um amigo que esperava todos os anos com muita ansiedade e carinho. Sinto saudades… Lembro-me que o inicio do Outono nunca me passava indiferente, era marcado pelo começar das aulas. Aquele cheirinho a lareira misturado com o cheirinho dos livros novos…ai! Que bom que era. Parece que ainda foi ontem que resolvi a ficha de Português, sentada na carteira da Primária. O tema do texto era as castanhas assadas e o S. Martinho. A ilustração que aparecia eram de um grupo de meninos em volta de uma fogueira a assar castanhas, sob o olhar atento de uma árvore meia despida pelo vento que se fazia sentir e que lhe atirava com as folhas secas e vermelhas para o chão, formando um elegante tapete a seus pés. O Outono traz consigo as cores doces e românticas do castanho e do laranja que invadem os horizontes das terras e que atingem o seu auge nos finais de tarde com um pôr do sol magnífico. Sinto falta deste andar natural das coisas. Sinto saudades. Inspirem e sintam… É Outono.


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