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Aborto - Sim ou não?

Num dia em que muito se volta a falar deste tema ao nível internacional com a legalização do aborto na Argentina, volta à minha cabeça uma questão que sempre mexeu comigo.

Até certa idade nem nisso pensava, aliás, na minha geração não se falava tão abertamente sobre a sexualidade quanto mais sobre aborto.

Já jovem e ciente das minhas opiniões e personalidade votei Sim no referendo realizado no nosso país em 2007.

Nessa altura (assumo) como jovem e feminista coloquei-me sempre no lugar de uma mulher livre numa situação em que uma gravidez não desejada influenciaria uma vida inteira e tal e tal.

Já aí pensava também na questão do bebe. Trazer ao mundo um bebé não desejado para quê? Que seria daquela criança? Em 2007 não tinha o meu instinto maternal nem a experiência necessária para perceber a perspetiva do bebé.

Contudo, a minha vida muda, as minhas prioridades mudam, a minha forma de ver o mundo muda, após ser mãe em 2015.

Mas, confesso, a minha opinião mantém-se. Sou a favor.

Depois de ser mãe o Sim ganhou ainda mais certeza e vendo todo o panorama da perspetiva do bebé .

Não vamos estra aqui com lamechices e pensamentos profundos. Sou mãe e sei o que as minha filhas precisam. Uma criança precisa de amor, de atenção, de carinho. Precisa que a ensinem, precisa que a alimentem, que a ajudem a crescer. Precisam de brincar!

Eu tremo a cada noticia triste de uma criança que não tem o que comer.

Revoltam-me as entranhas quando vejo noticias de pedofilia, abusos vindos, muitas vezes dos próprios pais, e tanta mas tanta maldade que há para aí, às vezes na casa ao lado da nossa.

Crianças em instituições que não sabem o que é o calor de um abraço, de uma palavra de amor.

Se é para virem e sofrerem .

Se é para vivem e viverem num inferno.

Se é para virem e serem mortas.

Se é para virem e viverem sem nunca conhecer o que é o amor.

...

É uma vida que se mata? Sim é (infelizmente) mas será uma vida que não conhece o horror que o ser humano é capaz de praticar.

Agora, também podem dizer que há muita forma de prevenir e que as pessoas se quiserem têm cuidado. Sim, é verdade. Mas não têm! E não é por muita gente que não deveria ter filhos que os filhos têm de vir ao mundo e pagar por isso.


Que fique claro que não sou a favor do aborto de forma deliberada, mas a verdade é que me custa mais ver uma criança a sofrer horrores do que a perceber que uma vida (muito valiosa!) foi interrompida no seu inicio.


Enquanto houver uma criança que seja no mundo a sofrer, nunca teremos um mundo bom.



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