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“A vida é um sopro”
Estamos a viver um momento histórico que ficará registado nos livros.
Que no final, possamos estar cá para contar como o ultrapassamos.
Cá por casa não está a ser fácil manter um isolamento com duas crianças pequenas.
É todo um misto de medo, preocupação mas também de tarefas e vontade de estar com elas de forma a que não sintam o “mal” que vai lá fora.
Há momentos no dia em que a ansiedade e as projecções infortunas me assolam a alma e é difícil de combater uma mente que coloca cenários de minuto a minuto.
Mas depois acalmo-me e digo a mim mesma: De nada adianta o pânico.
Sim, temos de ter medo. Temos de cumprir com as regras. Mas desesperar não vai mudar nada, apenas vai piorar.
Assim sendo, no meu caso tento focar-me naquilo de bom que posso fazer:
Aproveitar ao máximo o tempo que estou a ter com as minhas filhas. Esse não volta atrás.
Não sou médica, nem enfermeiras (uma vénia a todos e uma enorme gratidão por todo o seu esforço) , mas posso contribuir tentando ser positiva e passando esse positivismo para quem me esta próximo.
Sem planos rígidos. Sem obrigações de tarefas e de metas.
Apenas viver estes dias, dia a dia, com os meus. Com amor, com fé num futuro próximo que não tardará.
Ansiamos todos por um belo passeio na praia, cheirar uma flor num jardim ou apenas um caminhar pela cidade.
Fomos forçados a parar, de forma dura e trágica. Os que cá estamos e que vamos ficar, vamos fazer por aproveitar e acima de tudo tirar lições que só a vida nos dá.
O importante é estar com quem amamos e sermos felizes.
A vida é um sopro.
